Com muito prazer o ABC CORSÁRIOS apresenta o seu primeiro reforço "extra campo" de 2010: Daniel Clouston entra para o Corpo Técnico do time, com a responsabilidade de auxiliar no treinamento do setor defensivo do Mar Vemelho e Branco, especificamente as posições de DLs e LBs. Assim, completamos a parte defensiva que passa a contar com Daniel (Técnico), Doug (Tático) e este que vos fala, na condição de HC, porém, agora muito mais como "supervisor" do setor defensivo.
Daniel já tem experiência como treinador, pois sempre foi o responsável pelo time do Pumas, conhecido juvenil do SP Storm. Mais importante do que engrossar a equipe, entendo que seja de vital importância trazer treinadores e coordenadores com características e históricos diferentes das pessoas que já temos. Assim, o conflito de idéias gera discussão, o que aumenta ainda mais as possibilidades para uma defesa que fez uma apresentação sem ressalvas contra o Santos Tsunami.
Como não poderia deixar passar a oportunidade, aproveito para discorrer sobre um comentário que fiz há alguns meses no programa EndZone, da rádio PopMix: "Atualmente o FA no Brasil precisa ainda de treinadores e não tanto de técnicos". Explico: Olhando para a sideline no nosso último (e primeiro) jogo, me senti realmente um técnico. Ou seja, minha incumbência naquele momento era meramente tática - decidir quem entrava, se aumentava o peso ou a velocidade da OL (nesse caso, atribuição feita com maestria pelo coordenador Alex Moura), se corríamos ou passávamos, onde estavam as falhas do adversário e como aproveitá-las a nosso favor. Esse é o trabalho do técnico. E é esse trabalho que vem sendo feito por uma esmagadora maioria dos HCs pelo Brasil afora.
Importante? Sem dúvida nenhuma. O Playbook é peça mais do que fundamental. Entender as características de seus jogadores mais ainda. E saber utilizar essa sopa de informações é trabalho árduo e que requer um raciocínio muito rápido (20 segundos no máximo). Porém, o meu questionamento quanto à necessidade de TREINADORES no Brasil é mais profundo. Ou, pelo menos, anterior à entrada do time em campo.
Hoje, quem realmente ensina seus jogadores as técnicas ideais de corte, recepção, controle de bola, equilíbrio, tackle, passada, backstep, movimentação, etc, etc, etc? Esse é o papel do treinador, e não do técnico. A literatura existe, há mais uma infinidade de vídeos e DVDs (para aqueles dispostos a pagar e, reforço, isso tem que entrar nas contas do time como "material de treino") disponíveis. Some a isso um bom professor de educação física (temos 2 full time), um fisiologista do esporte (temos 1 consultor esporádico nessa área) e, pasmem, alguém com conhecimentos de Física (modéstia à parte eu dou meus pitacos) e você tem análises completas e robustas para ajustar a técnica dos seus jogadores. Esse nível demora para ser alcançado, mas só de comerçarmos a aplicar já vemos uma melhora significativa.
No final das contas, a perfeita execução de uma jogada solicitada pelo TÉCNICO depende de uma trabalho prévio bem executado pelo TREINADOR nos treinos durante a off season. Mesmo que esses dois trabalhos sejam executados por uma mesma pessoa. No ABC CORSÁRIOS optamos por "dividir para conquistar". Fortalecer a robustez do corpo técnico trazendo conhecimento prático de TREINADORES (que não podem nunca parar de estudar), culminando com boas armas ofensivas e defensivas à disposição do TÉCNICO.
Thiago Uruk Ururahy, um técnico mediano e treinador esforçado.
Em tempo: nossa Linha Ofensiva recebe de braços abertos o retorno de Jairo Pereira ao corpo de jogadores do ABC CORSÁRIOS. Com 1,93m e 160 kg nosso querido Jairão, já recuperado de uma complicada cirurgia, volta ao campo de treinamento para deixar mais pesada ainda a já "robusta" OL pirata.
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Thiago Uruk]